sábado, 26 de novembro de 2011


Cúpula do PSDB não desistiu do projeto ‘Serra-2012’


O PSDB vive dias nervosos em São Paulo. A situação do tucanato na maior e mais rica cidade do país é a seguinte:
Parte da legenda está nervosa porque José Serra diz que não é candidato a prefeito mas acredita-se que ele está fazendo cena e vai lançar a candidatura de surpresa.
Outra parte está nervosa porque Serra diz que não é candidato a prefeito e teme-se que ele não tenha mesmo a intenção de concorrer.
Uma terceira parte está nervosa porque Serra, além de dizer que não será candidato, afirma que o partido não tem condições de lançar nenhum outro nome.
Em meio ao surto de nervosismo, o PSDB realiza nesta segunda (28) um debate entre os tucanos que Serra trata como candidatos inviáveis à vaga que ele diz não querer.
São quatro os postulantes à condição de candidato oficial do PSDB à prefeitura paulistana: José Aníbal, Bruno Covas, Andrea Matarazzo e Ricardo Trípoli.
Curiosamente, um dirigente tucano disse ao repórter que o PSDB ainda não desistiu de converter Serra em candidato na eleição de 2012.
Deseja-se convencê-lo de que sua pretensão presidencial para 2014 não tem guarida no partido.
Aníbal, Covas, Matarazzo e Trípoli tentam agendar para janeiro a prévia que fará de um deles o candidato consumado.
Como que decidido oferecer mais tempo para a caída da ficha de Serra, o governador tucano Geraldo Alckmin move-se para postergar a prévia até março.
Para injetar confusão num quadro já demasiadamente confuso, Serra passou a advogar a tese de que o PSDB nem deveria lançar candidato em São Paulo.
Afirma que o partido deveria indicar o vice na chapa de Guilherme Afif Domingos, o potencial candidato do PSD, a legenda criada pelo prefeito Gilberto Kassab.
O dirigente tucano que conversou com o repórter insinuou que Serra precisa decidir o que quer ser: candidato a prefeito ou a estorvo partidário.
Se for candidato à prefeitura, terá o apoio da direção. Se preferir ser candidato a estorvo, vai açular ainda mais os ânimos da legenda contra ele.
Enquanto o tucanato gira como parafuso espanado ao redor de Serra, o PT prepara o segundo estágio da pré-campanha.
Imposto por Lula, o ministro Fernando Haddad (Educação) virou candidato petista sem a necessidade de uma disputa prévia.
O petismo cuida, agora, de pavimentar a aliança que dará respaldo partidário e tempo de TV para Haddad vender-se ao eleitorado como favorito a quebrar a hegemonia tucana em São Paulo.

Escrito por Josias de Souza às 03h32

sábado, 19 de novembro de 2011


Ratificado pelo PT, Haddad lida com ‘feridas’ de Marta

Diego Shuda/Folha
Neste sábado (19), o PT ratificou Fernando Haddad como seu representante na eleição municipal de São Paulo.
Andorinha só, Haddad foge da maldição do provérbio. Para não ter de comprar um casaco, tenta atrair Marta Suplicy para voar do seu lado.
Tida como vital para tonificar a campanha nas áreas periféricas da capital paulista, Marta não deu as caras no ato em que Haddad foi aclamado.
Empurrada para fora da disputa por Lula, Marta insinuou, em entrevista, que o ex-soberano errou ao optar por Haddad.
A despeito das feridas, Haddad disse ter certeza de que a senadora estará do seu lado na campanha. Teve com ela uma conversa de duas horas.
“Ela […] fez questão de dizer que é partidária, que deseja que o PT volte a governar a cidade de São Paulo…”
“…E me pediu para transmitir para a direção municipal que está à disposição do partido para a campanha do ano que vem.”
Haddad parece lidar com a mágoa de Marta à maneira das passadeiras. Acomoda o ferro em cima e espera que, com o tempo, passé:
"O tempo vai tratando de melhorar isso e vamos estar juntos em 2012 com toda a certeza."
Haddad disse que vai se dedicar agora à costura das alianças. Dará prioridade às legendas que, em Brasília, integram o consórcio governista.
De resto, pediu um encontro com Dilma para definir a data de sua saída do Ministério da Educação.
“Estou subordinado à dinâmica federal neste momento. Tenho que ouvir a presidenta para […] que eu possa me desincompatibilizar em comum acordo com ela.”
O bom senso recomendaria que Haddad se afastasse imediatamente da pasta. A Educação merece atemção integral.
Qualquer interino dará mais importância ao ministério do que um candidato que divida seus afazeres com o tricô da pré-campanha. Porém…
…Porém, Brasília não é feita de sensatez.

Escrito por Josias de Souza às 20h46