Bahia: PMDB cogita aliança anti-PT com PSDB e DEM
Fotos: ABr e FolhaComandado por Geddel Vieira Lima, o PMDB da Bahia cogita compor uma aliança que destoa do condomínio que o partido integra em Brasília.
A legenda do vice Michel Temer negocia na capital baiana, para 2012, uma aliança com DEM e PSDB, os dois maiores antagonistas de Dilma Rousseff no Congresso.
“O espírito de todos que fazem oposição ao PT aqui na Bahia é o de construir um projeto único”, disse Geddel ao blog.
Ex-ministro de Lula e vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica sob Dilma, Geddel afirmou que conversa informalmente com lideranças ‘demos’ e tucanas.
Mencionou espeficicamente os deputados federais ACM Neto (DEM) e Jutahy Júnior (PSDB). Segundo Geddel, o diálogo é, por ora, embrionário.
Ele estima que a negociação entrará em fase “mais consequente” a partir de setembro.
Só então vai-se saber se o “espírito” de união resultará em candidatura única à prefeitura de Salvador.
Enganchado ao projeto nacional do PT, Geddel tornou-se, no ano passado, ferrenho adversário do petista Jaques Wagner.
Mediram forças pelo governo do Estado. E Wagner prevaleceu sobre Geddel. Os grupos de ambos voltarão a roçar punhos na eleição municipal do ano que vem.
A disputa se estenderá por toda Bahia. Mas é no ringue de Salvador que se dará a luta mais relevante, uma espécie de prévia de 2014.
Geddel tenta, por ora, empinar o nome do radialista Mário Kertész, um ex-pemedebê que já foi prefeito da cidade. Porém…
…Porém, Geddel não exclui nem mesmo a hipótese de apoiar a eventual candidatura de ACM Neto, herdeiro politico do arquirival Antonio Carlos Magalhães.
“Quem busca apoio tem que estar disposto a apoiar”, afirmou Geddel ao repórter. “Excetuando-se o PT, vamos conversar com todo mundo.”
Não se constrange de tricotar com o representante do legado de ACM? Geddel responde à pergunta com ironia:
“Se Jaques Wagner conversou e fez seu vice-governador um genérico do carlismo, eu prefiro dialogar com o original.”
Chama-se Otto Alencar o vice de Wagner. Fez-se na política pelas mãos de ACM. Elegeu-se deputado estadual, presidiu a Assembléia Legislativa baiana.
Foi secretário de Saúde do governo ACM. Teria sido candidato a vice do filho do ex-morubixaba pefelê se Luís Eduardo Magalhães não tivesse morrido.
Morto Luís Eduardo, Otto manteve-se na vice, dessa vez na vitoriosa chapa do ex-governador Cesar Borges, outra cria de ACM, hoje filiado ao governista PR.
“Conversar com ACM Neto, para mim, é a coisa mais natural do mundo”, repisou Geddel. “Não tenho nenhum constrangimento de apoiar o ser apoiado por ele”.
Os companheiros do PMDB e a turma de Dilma não reclamam? “Ninguém reclamou nem vai reclamar”, declarou Geddel.
“A política nacional é uma, a estadual é outra. Há peculiaridades locais que precisam ser respeitadas”, acrescentou o vice-presidente da CEF.
“Ou respeitamos essas peculiaridades ou não teremos condições de marchar juntos em 2014. As diferenças não se restringem à Bahia”.
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Escrito por Josias de Souza às 04h42
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