Exumação de Jango para colher provas de atentado levará mais de um ano
30/5/2013 14:18
Por Redação, com Ansa - de Brasília
Por Redação, com Ansa - de Brasília
A exumação dos restos mortais do ex-presidente Jango, João Goulart (1919-1976), deve durar mais de um ano, apontaram representantes da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que realizará a investigação em parceria como o Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF/RS) e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH). Oficialmente, Goulart foi declarado morto em decorrência de uma parada cardíaca, mas sua família sempre defendeu que sua morte foi resultado de uma conspiração dos militares, uma vez que as forças do regime impuseram que ele fosse enterrado às pressas, sem que uma autopsia fosse realizada.
A coordenadora da CNV, Rosa Cardoso, explicou, em entrevista à Agência Brasil, que “há um conjunto de indícios que demonstra claramente que Jango foi vigiado no contexto da Operação Condor e há o depoimento de um coautor, uma confissão, apontando que o ex-presidente tomou uma medicação adulterada”. O filho do ex-presidente, João Vicente Goulart, disse no começo deste mês acreditar que seu pai pode ter sido vítima de um envenenamento parecido ao que teria causado a morte do ex-mandatário do Chile Eduardo Frei Montalva (1911-1982). Ele ainda lembrou que o Plano Condor, que coordenou a repressão durante os regimes militares do Cone Sul entre os anos de 1970 e 1980, “teria ramificações em vários países”. Também participarão do processo de exumação a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e o Instituto João Goulart. (ANSA) ZSG